Bom, tenho 22 anos, recém-formada, apesar de desempregada sou uma ótima profissional, inteligente, solteira, com muitos amigos verdadeiros (apesar de meio distante deles no momento), isso seria um prato cheio para não ter sextas como essa chuvosa em casa na frente do computador, em outra época com certeza estaria "na gandaia" como de costume.
A maioria dos colegas que me perguntam hoje em dia da minha "vida social", quando falo que estou "tranquila" tomam um susto.."Nossa Mari, você mudou,hein?! O que aconteceu?" Normalmente a resposta é a mesma, "Ahhhh, cansei!".
Muitas vezes me pego pensando, por que isso aconteceu tão rápido? E a resposta não é um bicho de 7 cabeças não, cada dia os adolescentes começam a vida noturna mais cedo, a primeira balada, o primeiro beijo, o primeiro porre e muitas outras primeiras coisas, fazemos muito mais cedo do que os pais podem imaginar...levando em conta que eu por exemplo, comecei a sair com 16 anos, hoje eu tenho 22, logo são quase 8 anos de uma vida noturna bem agitada, sair a semana toda, beber todos os dias, trabalhar de ressaca e assumir a posição de que ninguém é de ninguém, mas todo mundo é de todo mundo. Olha depois de tantos anos, afirmo:realmente cansa e eu cansei. Defino meu cansaço entre outras coisas como velhice e vocês vão ver porque abaixo:
Não aguento mais ir para balada, aquele monte de gente esbarrando em você, empurra-empurra, filas gigantescas para entrar, pagar uma fortuna para dar um sorriso dentro do lugar, aguentar aqueles chatos com bafo de cachaça falando merda no pé do ouvido, aquelas minas siliconadas disfilando achando que são melhores que os outros, fora os banhos de bebida que quem sai comigo sabe que eu sou SEMPRE a premiada, gente só de imaginar a minha pessoa nesse cenário novamente começo a sentir calafrios. NA BOA, ESTOU VELHA MESMO!
Isso não é de hoje não...faz tempo que não vou para a balada por livre e espontânea vontade, as últimas vezes que dei o ar da minha graça foi sempre no aniversário de algum amigo (a) bem importante para mim e sempre da mesma forma, a última a chegar e a primeira a ir embora, durante esse tempo sempre acompanhada de um amigo muito querido que tem a mesma e péssima mania que eu, ficar reparando nas aberrações do lugar e rindo horrores.
Na atualidade o que me atrai é sentar, tomar uma cervejinha com os chegados, ouvir boa música e só. Nada de tumultos, ou pessoas uma querendo aparecer mais que a outra, sair com decotes ou shorts curtíssimos , ficar sorrindo o tempo inteiro, fingindo ser a mulher mais legal da balada para ver se um daqueles caras "bombados" , lindos e sem cérebro chegam em mim... Cenário típico da noite e confesso já fiz muito isso, não me arrependo, pois pode ser que eu tenha uma recaída daqui um tempo, mas por hora cansei, como disse a pouco ,envelheci.
É muito mais fácil ser a Mari mesmo, não precisar colocar salto alto (apesar de adorar) para sentar em um boteco, ou colocar KG de maquiagem, escova no cabelo e todos aqueles preparativos que todas as mulheres fazem e pior ouvir um som que você odeia a noite inteira só para contar no dia seguinte que você foi na balada mais cara e agitada de SP.Chega de esteriótipos, pessoas sem expressão, personalidade e sem conteúdo, não tenho mais R$$ nem paciência para essas coisas.
Sou solteira e tenho plena conciência que frenquentando os mesmos lugares,
